Depois da reabertura das cortes, reiniciaram-se os ataques ao governo em especial ao ministro da justiça Artur Montenegro ainda devido ao caso do bispo de Beja e dos irmão Ançã, pelo que as sessões parlamentares se desenrolavam no meio da maior desordem. Só em 14 de Fevereiro é publicado o decreto que confirma a demissão dos irmão Ançã.
A este problemas clericais, vieram juntar-se outros de ordem económica sobre o monopólio da compra do açúcar da Madeira.
Conhecida como a questão Hilton, remontava já a 1895, quando para minimizar efeitos da crise da Madeira o governo decretara por 5 anos que em condições favoráveis, podiam ser importados melaço, açúcar e álcool provenientes daquela região.
O regime manteve-se até 1903, quando as condições foram renegociadas mas que a firma britânica Hilton, monopolista da exploração da cana de açúcar, pretendia que fosse criada uma cláusula que tornasse aquelas medidas válidas por 15 anos.
Em 1904 acabou por ver incluída no orçamento a tal cláusula dos 15 ano, ao que parece de forma não muito transparente.
Em Março de 1909, no ministério de Campos Henriques foi feito um novo regulamento sobre o açúcar da Madeira, que não contemplava o que foram reproduzido em 1904 e que deveria segundo as fábricas Hilton manter-se pelo menos até 1919.
O arrastar da questão começou a levantar junto da imprensa republicana suspeitas de comprometimento e suborno de alguns políticos monárquicos influentes. Em Abril de 1910 já no ministério de Veiga Beirão a oposição regeneradora pôs na câmara dos Deputados uma moção, convidando o governo a suspender o tal regulamento de 1909 e nomear uma comissão para para estudar a questão.
Veiga Beirão não aceita mas endereça o assunto para o rei. No dia 21 de Abril, Afonso Costa, anuncia no parlamento que tem seu poder cartas altamente comprometedoras para o regime e que se propunha lê-las na sessão seguinte.
A essa sessão duma forma muito pouco inteligente o governo de Veiga Beirão não comparece e afinal as cartas não tinham a importância que habilidosamente Afonso Costa lhes dera, mas produzira o seu efeito e por proposta de Egas Moniz, votou-se a realização dum inquérito, que investigasse profundamente toda esta questão do caso Hilton
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