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segunda-feira, 30 de março de 2009

A reabertura das cortes e aclamação do Rei

No dia 6 de Maio de 1908, voltaria D.Manuel II ao Parlamento, para em dia de grande gala, ser finalmente aclamado com rei e Portugal. Havia algum temor, perante a possibilidade dum novo atentado, razão porque se manteve sempre o povo afastado do Palácio de São Bento.

O rei em uniforme de generalíssimo, jurou após ter tomado assento na cadeira régia ,"manter a religião católica apostólica romana, a integridade do Reino, observar e fazer observar a Contituição Política da Nação Portuguesa e mais leis do Reino e prover ao bem geral da Nação, quanto em mim caiba", reiterando igualmente o juramento que fizera em 1 de Fevereiro, pedindo para isso a ajuda de Deus.

A figura de D.Manuel II, foi sempre muito grata ao povo, por força da sua simpatia, a que não era alheia, o facto de ser muito jovem e de excelente presença. Razão porque depois da aclamação, quando se retirava de São Bento ao dirigir-se à sua carruagem, a multidão vencendo o cordão militar que rodeava o local, rodeou o coche real saudando-o em jubilo.

Após ter chegado ao Paço, o rei assomou á janela do palácio para agradecer os aplauso da multidão. Por razões de segurança, não fora como era tradicional à Câmara Municipal de Lisboa, depois de aclamado, mas acabaria por receber no Paço, as homenagens populares.

4 dias antes, na abertura das cortes, havia decorrido o juramento dos deputados, com a curiosidade de saber qual iria ser o comportamento dos republicanos, que haviam reforçado a sua representação. Pela voz de Afonso Costa, tinha ficado claro, que se comprometiam a fazer única e exclusivamente ao país, colocando os seus interesse à frente dos interesses do Partido.

Anunciavam presseguir os intuitos de acalmação da vida política, mas na realidade não ira ser assim, também porque os assuntos em carteira, não facilitariam um entendimento "p
acífico".

Um pequeno filme sobre este período





domingo, 15 de março de 2009

As eleições de 5 de Abril de 1908

O período eleitoral que antecedeu o acto eleitoral foi muito intenso, multiplicaram-se os comícios republicanos onde excelentes oradores como António José de Almeida ou Afonso Costa entusiasmavam os oradores.

A lista do Partido Republicano Português incorporavam um série de políticos de nomeada como Teixeira de Queiroz, Agusto de Vasconcelos,Alexandre Braga, João de Menezes, Bettencourt Raposo, José Relvas, João Chagas entre outros. Pelo lado monárquico Calvet de Magalhães, Augusto de Castilho, Eduardo Burnay, Alfredo Le Coq, eram alguns dos nomes que engrossavam as listas apresentadas pelo governo.

No dia 5 de Abril, o dia das eleições foram marcadas por violentos confrontos nas ruas de Lisboa, como por exemplo o que aconteceu no Largo de S. Domingos, a partir das desconfianças que foram levantadas acerca da guarda da urna. onde as escaramuças dos populares contra as forças da ordem, acabaram por resultar em 14 mortos e um numero bastante elevado de feridos, devido à carga das forças militares de Infantaria 5 e de Cavalaria 4.

Ficaram marcadas com sangue as primeiras eleições num tempo que se queria fosse de acalmação política.

Como se previa os resultados foram para 693 424 eleitores no Continente e Ilhas e 450 260 votantes no Continente e Ilhas, os seguintes :

Regeneradores -63 deputados.
Progressistas-59 deputados
Amaralistas-(apaniguados de Ferreira do Amaral)-15 deputados
Republicanos-7 deputados.
-Por Lisboa, António José de Almeida, Alexandre Braga e João de Meneses.
-Por Setúbal, Estevão de Vasconcelos e Feio Terenas.
-Por Évora, Brito Camacho.
Dissidentes progressistas-7 deputados
Franquistas-3 deputados
- liderados por Vasconcelos Porto, Martins de Carvalho e Malheiro Reimão.
Nacionalistas-1 deputado

O resultado obtido pelo partido republicano, foi o melhor de sempre,a tendendo ao número de deputados que até então tinham conseguido.

As corets abriram no dia 29 de Abril com a presença do rei, que perante os parlamentares que o aplaudiram vibrantemente leu o discurso da coroa, como sempre preparado pelo governo e que apresentava um programa de reformas que apresentava os principais temas que se iriam discutir na sessão legislativa iniciava.

  1. Aprovar e fazer votar o orçamento de 1908-1909
  2. Rever os decretos da ditadura
  3. Resolver a questão dos adiantamentos e da lista civil
  4. Propor a revisão da Carta Constitucional
(Os dados referentes ás eleições foram extraídos de informação disponível do prof. Adelino Maltez)




terça-feira, 3 de março de 2009

I Congresso Nacional do Livre Pensamento

Em Abril realizou-se o I Congresso Nacional do Livre Pensamento em Lisboa. Um grupo de não católicos à semelhança de muitos outros como a Maçonaria, intitulavam-se sem religião e tinham como objectivo fundamental o combate ao clericalismo, e consequentemente às ideias que resultavam desse princípio religioso.

Um dos aspectos mais proeminentes era o das reivindicações feministas, que aparecem pela primeira vez em destaque e de forma sistematizada neste congresso em Abril de 1908

Nele esteve presente uma importante delegação feminina, composta por Adelaide Cabete, Amélia Levy de Sousa Lobo, Ana Maria Gonçalves Dias, Judite Pontes Rodrigues, Lucinda Tavares, Maria Clara Correia Alves, Maria Veleda, Carolina Beatriz Ângelo, entre outras, onde se preconizava "reconhecimento da absoluta liberdade da mulher, com relação ao exercício de todos os direitos individuais, civis, políticos e profissionais" e se exigiu a educação intelectual, moral e física da mulher, o direito a ter uma profissão, que a habilitasse a "lutar contra a prostituição e a miséria, chegando a ser defendido o amor livre e condenado o casamento tal como era então concebido e praticado.

O núcleo central era formado por médicas todas elas de tendência republicana e maçónica como era o caso de Beatriz Ângelo que com Ana Castro Osório, Adelaide Cabete e Maria Veleda, as lideres e companheiras no Grupo Português de Estudos Feministas, que mais tarde, transitarão para a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, que começavam a dar forma igualmente às primeiras reivindicações "organizadas" do direito ao voto ainda que apenas para uma minoria.