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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A viagem da família real ao Norte

Na semana que seguiu ao processo das eleições autárquicas, D.Manuel II iniciou a sua viagem ao Norte do País.

A um domingo, 8 de Novembro, em comboio especial iniciou a viagem em Lisboa vindo a desembarcar na estação de Campanhã, ás duas da tarde. A comitiva era extensa e incluía além da rainha D.Amélia sua mãe, seu irmão D.Afonso porque esta visita ao norte do país, deveria ter sido entendida em primeiro lugar, como uma necessidade de serenar o Pais em torno da casa real, porque havia a noção que os republicanos estavam a ganhar terreno e ameaçavam um golpe de estado a qualquer momento e claro que estava bem presente que a primeira tentativa de revolução republicana tinha acontecido precisamente no Porto a 31 de Janeiro de 1891.



Este pequeno filme, que não conheço a autoria pode ter sido recolhido por Aurélio Paz dos Reis um comerciante e floricultor do Porto pioneiro do cinema em Portugal, que muito embora republicano convicto e maçon, não deixaria por certo passar este acontecimento, sem o registar, caso tivesse oportunidade.

Outro "realizador" possível seria João Freire Correia que registou visitas de dignatários estrangeiros,paradas e exercícios militares, touradas e ócios da família real portuguesa, entre outros filmes.

A visita durou quase um mês, pois o Rei chegaria a Lisboa a 4 de Dezembro, viajando em carruagem fechada por suspeita de eventual atentado.

Entretanto visitara Viana do Castelo, Braga, Guimarães, Santo Tirso Barcelos, Oliveira de Azeméis, Aveiro, Vila Nova de Gaia e Espinho onde esteve a 23 de Novembro inaugurando a linha férrea do Vale do Vouga.


Júlio de Vilhena chefe regenerador esperava em Lisboa a chegada do rei, porque mantinha viva a esperança de vir a chefiar o próximo governo, pelo que logo a 7 de Dezembro em carta dirigida a D. Manuel II, retira o apoio a Ferreira do Amaral e assume-se como candidato à chefia do governo, porque também considerava que a sua candidatura seria a única possíbilidade de manter o partido unido, atendendo ás muitas facções existentes.

Vilhena pintava um quadro negro, alertando que a crise poderia vir a ter como consequência uma intervenção estrangeira.

Luciano de Castro não via com bons olhos a constituição dm governo regenerador, pelo que continuava a apoiar Ferreira de Castro, recomendado a este que reflectisse bem antes de agir.

Ferreira do Amaral não acata essa recomendação e apresenta a demissão colectiva do ministério. O Conselho de Estado então convocado, reuniu no dia 18 de Dezembro, manifestando-se no sentido de D.Manuel II aceitar a demissão desse executivo,iniciando de seguida o Rei consultas para a formação dum novo governo