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sábado, 23 de outubro de 2010

A família real em Gibraltar


Após a partida da Ericeira o iate D.Amélia, contrariando a vontade de D.Manuel de rumar ao Porto para assumir a liderança da resistência contra a revolta republicana, mas da qual fora dissuadido perante a possibilidade de guerra civil que lhe foi colocada.

O ambiente era tenso e assim permaneceu até à chagada a Gribraltar. Durante a viagem e nas poucas conversas que manteve D.Manuel afirmou não ter sido apanhado de surpresa pelo acontecido, pois esperava que alguma coisa acontecesse.

Chegaram a Gibraltar a 7 de Outubro sendo recebidos pelo governador que se deslocou a bordo e que trazia notícias de Portugal, que não correspondiam aos anseios do rei, que esperava que pelo menos o norte tivesse oferecido resistência. Tal não aconteceu porque o Porto, também tinha aderido à República.

A família real decidiu permanecer no iate, mas D.Manuel escreveu a Jorge V, explicando-lhe as razões porque escolhera Gibraltar ao mesmo tempo que decidiu que não queria mas saudações militares devidas a chefe do Estado, preferindo ser tratado como cidadão vulgar, mandando arrear o pavilhão real.

Entretanto atendendo ao evoluir dos acontecimento, D.Manuel queria era seguir para Londres e devolver o iate a Portugal. Decidiu então aceitar a hospitalidade de Gibraltar, instalando-se no palácio do governador, rumando o iate e a sua tripulação para Portugal.

As negociações com a coroa inglesa prosseguiam então, para que fosse acolhida a família real, porém havia que respeitar as relações entre os 2 países pelo que Jorge V decidiu não enviar nenhum barco de guerra, para os recolher, optando por enviar o seu iate pessoal o Victoria and Albert para os transportar.

Outra questão importante era a da declaração por parte da Inglaterra a reconhecer o novo regime implantado em Portugal, que ficou estabelecido seria feito em curto prazo, dada a aparente irreversibilidade da mudança de regime.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A partida para o exilio


D.Manuel II acaba por deixar o Paço, cedendo à pressão do governo que lhe pede para libertar as tropas que o defendiam e que são necessárias no Rossio e na Rotunda para combater os revoltosos, cedendo também aos apelos da mãe que não estava disposta a perder o filho que lhe resta.

Pensa-se que terão sido esses apelos de D. Amélia que o dissuadiram de vestir o uniforme militar e a colocar-se à frente das tropas.

D. Manuel chega a Mafra sem problemas, mas aí descobre que não tem quem o proteja. Ao final da tarde chegam também a Mafra a rainha D. Amélia e a Rainha D. Maria Pia.

Em Lisboa, no dia 5 de Outubro, um cessar-fogo inesperado provocado pelo encarregado de negócios alemão, precipita os acontecimentos e, na prática, denuncia as fragilidades militares das forças fiéis ao regime.

Em Mafra, o monarca desperta para um país onde se espalham telegramas que anunciam um novo regime e uma nova bandeira.

A cada minuto que passava tornava-se mais embaraçosa a presença da família real em Mafra. A chegada de D.José de Melo, irmão do conde da Sabugosa vindo da Ericeira, trazendo a notícia, que o iate real se encontrava ali fundeado, vindo de Cascais e trazendo o tio do rei D.Afonso.

Sem alternativa, o rei parte então de Mafra para a Ericeira, esboçando o plano de partir para o Porto,do que viria a ser dissuadido

Na praia da Ericeira embarcam então em duas barcas de pescadores, sendo que uma delas se chamava BOM FIM, exactamente aquela onde seguia o rei e que contradizia o momento porque passava

A bordo, o Rei retirou-se para o camarote e numa folha com timbre do iate real escreveu ao presidente do Conselho do seu Governo: «(...) Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer! Viva Portugal! 5 de Outubro de 1910».

A Carta demorou meses e meses para ser conhecida, e foi uma cópia.

Inicialmente o Rei ainda pensou seguir para o Porto e aí reunir-se com os apoiantes do regime, mas perante a incerteza e aconselhado a salvar a família real, dirigiu-se para Gibraltar.

A rainha D. Amélia soluçava e dizia, profética: «Do exílio não se volta

domingo, 10 de outubro de 2010

Marcha da revolução republicana(3ªParte)


  • As forças monárquicas
Não pode dizer-se que as forças militares afectas à monarquia tenham sido apanhadas de surpresa, com o golpe, pois desde 1909 que o chefe do estado maior, José Joaquim de Castro, fora incumbido pelo general Gorjão, de estabelecer um plano de defesa.

Assim logo no dia 3 de Outubro, foram postas de prevenção as unidades militares da região de Lisboa em especial o Paço das Necessidades onde se encontrava o rei.

A Guarda Municipal fora distribuida por vários pontos da cidade em locais estratégicos como a Casa da Moeda a Estação dos Correios do Terreiro do Paço e a residência de Teixeira de Sousa, entre outros locais.

Mesmo com esta estratégia a tarefa não foi fácil, pois a penetração das forças republicanas e carbonárias no exército era grande que se traduziu em inúmeras deserções e alguma dificuldade em agir de forma firme sabendo que do outro lado haveria irmão e amigos.

As tropas estacionada na Rotunda foram atacadas pela bateria móvel de artilharia, estacionada junto da Penitenciaria, que provocou algumas baixas pois nessa altura ainda Machado Santos, não organizara convenientemente as forças fiéis a Republica.

Durante todo o dia 4 esperou-se em vão que tropas fiéis à monarquia chegasse da província, mas como foram entretanto cortadas as comunicações telegráficas, só as primeiras emitidas quando da altura da prevenção, para Santarém, e Tomar, foram recebidas, mas não responderam ao apelo.

  • O 2º banquete oferecido a Hermes da Fonseca
Na sequência da visita do presidente da República do Brasil Hermes da Fonseca, foram oferecido um segundo banquete em sua honra na sala de risco do Arsenal da Marinha, que ficaria na História de Portugal como o momento em que os dirigentes do regime monárquico se aperceberam da agitação revolucionária em Lisboa, abandonando a cerimónia e deixando a refeição a meio.

D.Manuel II regressa ao ao Paço das Necessidades e com ele ficaram algumas individualidades e governantes. Jogavam bridge quando o primeiro tiro de artilharia lhe anunciou o momento há muito esperado. El-rei telefonou para o Palácio da Pena informando D.Amélia e D.Maria Pia, que se confirmavam as suspeitas que o governo há muito alertava.

Entretanto começara a debandada há medida que a revolta ganhava forma e pela madrugada junto do rei só se encontravam o seu ajudante de campo o almirante Brito Capelo, o visconde Asseca e o ministro de Espanha o marquês de Vilalobar.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Marcha da revolução republicana(2ªParte)



  • A tomada do corpo de Marinheiros

As tropas que se sublevaram no inicio comandadas pro Machado Santos, após alguns reencontros com a polícia e outras forças ainda leais à Monarquia acabaram por estacionar e acampar na Rotunda onde chegaram pelas 5 horas da manhã do dia 5 de Outubro.

Outro ponto importante da revolução foi em Alcântara, onde um grupo de comissários e sargentos da Marinha entraram no corpo de Marinheiros onde depois da manietarem os oficiais de dia, acabaram por ocupar aquele aquartelamento militar, importante porque poderiam controlar a eventual saída da cavalaria da Guarda Municipal.

  • A tomada dos navios da Armada

Fundamental também para os revoltosos era o contributo dos navios ancorados no Tejo o Adamastor, o São Rafael e o D.Carlos. O que viria a acontecer pois o tenente Mendes Cabeçadas comunicara entretanto que o Adamastor já se encontrava revoltado e assumira o seu comando.

Do São Rafael, notícias idênticas apenas com o senão que a tripulação esperava um oficial para os comandar mas o certo é que ambos já tinham içado a bandeira republicana.

Do D.Carlos as notícias diziam que o guarnição era composta por republicanos, mas os oficiais se encontravam ainda fiéis à coroa e só depois duma intervenção a partir do São Rafael, comandada por Carlos da Maia, acabaram por subjugar os referidos oficiais.

Com a tomada do D.Carlos concluiu-se o conjunto de unidades em posse dos republicanos, mas a sorte da revolta ainda não estava decidida.

  • O suicídio de Cândido dos Reis (na foto)
A dificuldade de comunicação e as dificuldades inicialmente sentidas pelas forças republicana, levaram a que Cândido dos Reis que aguardava no cais da Viscondesa, conforme o planeado, o embarque para assumir o comando dos navios, face aos acontecimentos imprevistos, ter-se-á convencido que a revolta se malograra, levando-o ao suicídio, tendo sido encontrado morto, numa azinhaga em Arroios