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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Abertura das Cortes


A abertura das cortes ocorreu no dia 24 de Setembro com o habitual discurso por D.Manuel II, que anunciava um conjunto de medidas, sobre propostas legislativas a ocorrer que consubstanciavam o programa do governo a apresentar nas câmaras.

Entre as propostas a submeter destaca-se revisão da Carta constitucional a apresentar e que apontava para a reorganização da Câmara dos Pares, a reforma da lei eleitoral, que apontava para a redução dos círculos plurinominais, mais as reformas do Código Administrativo e da Justiça abrangendo o direito comercial e civil e a organização judiciária, também a reforma da administração financeira e da militar.

Enfim um vastíssimo conjunto de reformas que modificariam por certo o País, mas irrealista tendo em conta o cenário da tradição política e da instabilidade, para além das dificuldades financeiras também habituais.

Porém tudo não passou de fantasia, a realidade foi outra porque dois dias depois as cortes foram adiadas para 12 de Dezembro. Para além do ambiente de oposição ao governo nas Câmaras, quer das variadas facções monárquicas, quer da oposição republicana, o clima nas ruas era de tensão esperava-se que "acontecesse qualquer coisa" a todo o momento

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As eleições de 24 de Agosto


A nomeação do governo de Teixeira de Sousa foi mal recebida por grande parte dos monárquicos que o consideravam demasiado liberal, amigo de dissidentes e de republicanos e que constituíra governo apenas com membros que lhe eram afectos.
Desde logo se formou uma oposição a Teixeira de Sousa fortíssima, sendo certo que nada mais os unia que a oposição a Teixeira de Sousa.

A campanha eleitoral reflectiria isso mesmo já que toda essa oposição monárquica concorreria em lista única que afinal antagonizaria não só o partido do governo como o próprio Rei.

Durante a violenta campanha que se seguiu manifestou-se essa tendência chovendo calúnias sobre o presidente do conselho e sobre a família real, quer da parte do bloco oposicionista monárquico quer dos republicanos

O clima geral também era de desordem generalizada, alimentada por boatos dos mais variadas matizes e intenções.

Mesmo entre os republicanos não há unanimidade, sobretudo entre as facções de Afonso Costa e e Brito Camacho, que como habitual nessa época se consolidavam em torno dos jornais O Mundo e a A Lucta, respectivamente.

As eleições a 24 de Agosto acabaram por revelar o que se previa, a vitória republicana na maioria dos dois círculos de Lisboa e de Setúbal e minoritário em Beja, acabariam por eleger 14 deputados, enquanto o bloco governamental obteve 89 deputados e a oposição monárquica 41.

Esta seria a nova composição da Câmara dos Deputados, mas feitas as contas embora esses números garantissem a maioria naquela câmara, não a conseguiria na Câmara dos Pares, que levaria Teixeira de Sousa a pedir ao rei uma nova fornada de pares, o que viria a acontecer a 17 de Setembro quando foram aprovados pelo Conselho de Estado a nomeação de novos pares do Reino