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domingo, 12 de junho de 2011

Acontecimentos no ano de 1914

  • Abril.8-Criação da Junta Central do Integralismo Lusitano
O Integralismo Lusitano, enquanto movimento político de ideias, foi criado em 1914. Juntando monárquicos que não se reconheciam na Monarquia deposta, e republicanos convertidos à monarquia por não se reconhecerem na República recém-implantada, o grupo integralista contava desde o início, entre os mais destacados, José Hipólito Vaz Raposo (1885-1953), Luís de Almeida Braga (1886-1970), António de Sousa Sardinha (1887-1925), Alberto de Monsaraz (1889-1959), Francisco Rolão Preto (1893-1977) e José Pequito Rebelo (1893-1983).

Com o anunciado propósito de retomar o projecto de "reaportuguesamento de Portugal" lançado pelos "Vencidos da Vida", apresentaram de imediato um índice de soluções políticas inspirado no modelo da Monarquia portuguesa anterior ao século XVIII, intitulado "Monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar".

. Rejeitando o constitucionalismo moderno, por exótico e inadaptado às condições portuguesas, os integralistas voltavam-se para o pensamento político de autores como Álvaro Pais, Frei António de Beja, Jerónimo Osório, Pinto Ribeiro, Velasco de Gouveia, Fortunato de São Boaventura, Francisco Alexandre Lobo, Ribeiro Saraiva, Visconde de Santarém.

Os políticos que defendiam os regimes constitucionais modernos, tanto monárquicos como republicanos, logo se fizeram desentendidos, acusando os integralistas de cópia de um movimento político neo-monárquico que, naquela época, fazia furor em Paris — a Action française. O "Vencido da Vida" Ramalho Ortigão, na sua célebre Carta de um Velho a um Novo (1914), depondo as armas perante a "nova ala de namorados", veio explicar em que consistia a "incontestável superioridade" dos integralistas: estes tinham "admiravelmente pressentido a necessidade culminante da reeducação integral do povo português".

Em 1914, os integralistas afirmavam obediência a D. Manuel II

Fonte

  • Agosto,13-D.Manuel coloca-se à disposição do Rei Jorge V durante a Guerra

D.Manuel pôs à disposição dos aliados para servir como melhor pudesse. Ficou de início um pouco desapontado quando o colocaram como oficial da Cruz Vermelha Britânica, mas o esforço que desenvolveu ao longo da guerra, participando em conferências e recolha de fundos, visitando hospitais e mesmo os feridos na frente, acabou por ser muito gratificante. As visitas á frente foram dificultadas pelo governo francês, mas a amizade com Jorge V era suficiente para desbloquear esses entraves.

O seu esforço nem sempre foi reconhecido. Anos mais tarde, em entrevista a António Ferro, lamentou-se, "A sala de operações do Hospital Português, em Paris, durante a guerra, foi montada por mim. Sabe o que puseram na placa da fundação?

‘De um português de Londres'

  • Agosto,15-D.Manuel ordena aos monárquicos que se juntem aos republicanos na defesa de Portugal durante a guerra
D. Manuel defende a partir da entrada de Portugal na guerra, uma participação activa, instando os monárquicos a não lutarem contra a república e a porem de lado as tentativas restauracionistas enquanto durasse o conflito, e a unirem-se como portugueses na defesa da Pátria, chegando mesmo, no exílio, a ter solicitado a sua incorporação no exército republicano português.

Mas ao contrário do que esperava, a maioria dos monárquicos não corresponde às suas expectativas, pois eram germanófilos, que esperavam que a vitória do Kaiser se saldasse pela restauração da monarquia. O rei por seu lado acreditava que só o apoio à Grã-Bretanha garantia a manutenção das colónias portuguesas, que se perderiam para a ambição alemã em caso de vitória destes, quer Portugal fosse uma república ou uma monarquia. Mas apenas aqueles mais próximos do rei se ofereceram para lutar, embora a República não tenha aceite os serviços de nenhum monárquico.