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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Acontecimentos no ano de 1909

  • Fevereiro,18-A inauguração do monumento a Saldanha
Embora não tendo uma relevância especial em termos históricos, pois tratou-se apenas da inauguração de um monumento a realidade é meramente simbólica porque colocou frente a frente pela primeira vez o rei D.Manuel e do presidente da Câmara de Lisboa Anselmo Braamcamp Freire, com quem trocou breves palavras

A autoria da escultura é de Tomás Costa, na presença de familiares de Saldanha de alguns militares que tinha combatido sob as suas ordens , sob a escolta de alunos da Escola de Guerra.




  • Março,10-Duelo entre Caeiro da Matta e o ministro da Fazenda.
As cortes abriram em 1 de Março, no meio dos maiores tumultos e no centro da questão estava naturalmente o ministro das Finanças Espregueira Mendes, que apresentou propostas de lei tendentes a promover a reorganização da Caixa Geral de Depósitos, a conversão da dívida flutuante e um projecto de empréstimo de quatro mil contos, garantido pelo fundo especial dos Caminhos de Ferro do Estado.
Esta última questão era muito complicada, pela crítica à forma como a CGD tinha obtido obrigações a preço inferior ao do público e que o ministro das Finanças não soube explicar.

O tumulto era generalizado mas Caeiro da Matta, deputado pelo círculo de Évora, na lista do Partido Regenerador, em sessão plenária do dia 10 de Março, o acusou de criminoso e de ter cometido uma fraude ao decidir um empréstimo à Companhia Real dos Caminhos-de-Ferro Portugueses, de que fora administrador e a que estava profissionalmente ligado.

Dessa acusação resultou que Manuel Espergueira Mendes e Caeiro da Matta se bateram em duelo.

O duelo decorreu à pistola e foi em Monsanto e como se pode ver na foto o juiz (conde de Penha Garcia) e os quatro padrinhos (conselheiros do reino), preparam as pistolas para os contendores, que até era proibido por lei na tentativa de resolver, de uma vez por todas, as insanáveis querelas parlamentares entre ambos.

Parece no entanto que a pontaria de ambos não era a melhor, porque ninguém se feriu

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A visita de Alfonso XIII a Portugal



A visita do rei de Espanha Alfonso XIII a Portugal entre os dias 12 e 15 de Fevereiro de 1909, trazia de novo para a actualidade a questão das relações internacionais, que um pequeno país extremamente débil, mas dono dum império colonial colossal, logicamente apetecível desde há muito tornava motivo de cobiça.

Desde o reinado de D.Carlos, que a ideia era de fomentar a aproximação ao vizinho ibérico, para que não nos tornasse tão dependentes da asa protectora inglesa, mas esta política deixava antever algumas expectativas, mas também era geradora de grandes animosidades, que a falta de confiança na amizade ibérica salientavam.

A escolha de Vila Viçosa apresentava a característica de constituir um sítio ideal onde ambos os monarcas se poderiam recolher, sem interferências de elementos estranhos ao encontro.

De resto, a natureza da entrevista régia ficou envolta pela indefinição, não sendo conhecidos os objectivos do encontro, as matérias tratadas ou mesmo as suas consequências, se as houve.

Alfonso XIII chegara a Vila Viçosa no dia 12 de Fevereiro, acompanhado duma pequena comitiva, que D.Manuel II retribuiu no que às reduzidas dimensões dos acompanhantes, pois além de sua mãe e de Wenceslau de Lima, contava-se no grupo um pequeno número de dignatários, como os condes de Figueiró o marquês do Faial e o conde de Sabugosa.

Grande celeuma levantaram os republicanos, afirmando que se tratava de selar um acordo ibérico no caso do triunfo duma revolução republicana.

Em última análise, a visita de D. Afonso XIII não traria
qualquer benefício de vulto para o Estado português, alteração de fundo para a conjuntura política nacional ou sequer para o posicionamento de Portugal no concerto das nações europeias no período de Paz Armada.

O que os dois soberanos conversaram, manteve-se sempre secreto. A

única certeza porém foi o convite que à despedida no dia 14 de Fevereiro, que Alfonso XIII fez ao nosso rei para visitar Espanha.


(créditos Teresa Nunes e o seu trabalho sobre esta visita)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O governo de Campos Henriques

Não foram fáceis as diligências de D.Manuel, para encontrar a formula ideal para a constituição do futuro governo do País, sendo que primeiramente havia que encontrar a "filosofia" a seguir entre três hipóteses possíveis. Ministério progressista, regenerador ou de concentração monárquica, eram as possibilidades, acabando por optar por esta última, porque as circunstância a isso o obrigaram.

Demorou uma semana a estabelecer vários contactos com os principais políticos, para encontrar o nome do que viria a ser o chefe do governo. Em correspondência trocada com algumas desse personalidade pode perceber-se a dificuldade da real tarefa. Terá começado por preferir o progressista Veiga Beirão, que recusou a tarefa, assim como o regenerador Castelo Branco. Voltando ao campo progressista na pessoa de Sebastião Teles, que igualmente recusou, proferindo aliás a cáustica afirmação que a queda do Ministério de Ferreira do Amaral tinha acontecido devido a uma conspiração e se lhe sucedesse estaría a pactuar com essa conspiração.

Chegou então a vez de convidar o regenerador Campos Henriques, conseguindo o aval do líder regenerador José Luciano, que encontrou a formula de afrontar Júlio de Vilhena, que se sentiu traído pelo seu amigo Campos Henriques, afirmando depois de se demitir do Conselho de Estado que este governo o ministério dos trinta dinheiros.

O governo presidido por Campos Henriques toma posse no dia 26 de Dezembro de 1908 e tem a seguinte constituição

  • Campos Henriques. em acumulação com a pasta do Reino
  • D. João de Alarcão- Justiça
  • António Cabral- Marinha e Ultramar
  • D. Luís de Castro, conde de Nova Goa- Obras Públicas
  • Sebastião Teles- Guerra
  • Wenceslau de Lima- Estrangeiros.