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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A primeira proclamação ao País

Depois do atentado os corpos de D.Carlos e do príncipe Luís Filipe, foram transportados para o Palácio das Necessidade, para onde já tinham seguido as rainhas D.Amélia e D.Maria Pia e o ainda infante D. Manuel já tinham seguido anteriormente.

Com extremos cuidados, por se não saber a extensão da rebelião, foram chegando ao palácio, alguns ministro e o próprio chefe do governo João Franco, que levava um documento que apresentou á rainha D.Amélia, tratava-se duma proclamação ao país, que o novo rei devia assinar.

Nessa proclamação D.Manuel afirma

" ...que sabe que a Nação compartilha a minha dor e detesta indignada o crime horrendo, sem precedentes na história portuguesa.

.. Nesta desventura e de acordo com a Constituição Monárquica, sou chamado a presidir aos destinos do reino.

... Juro manter a religião Católica e apostólica romana e a integridade do Reino observar e fazer observar a Constituição Política da Nação Portuguesa e mais leis do reino e prover ao bem geral da Nação quanto em mim couber e prometo ratificar em breve este juramento nas Cortes Gerais da Nação Portuguesa, Outrossim me apraz que os actuais ministros e secretários de Estado continuem no exercício das suas funções.

Foi a primeira vez que D. Manuel II traçou a sua assinatura de rei.

Acabara de rubricar esse documento um jovem rei com apenas 19 anos e não estava planeado assumir o trono. Era um jovem estudioso que preparava na altura a sua admissão à Escola Naval. Sossegado e estudioso, teve de interromper os seus estudos para assumir o trono, em circunstâncias de extrema dificuldade.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Os regicídas-Os autores materiais



Quem eram os regicidas, que a 1 de fevereiro de 1908 tinham tirado a vida a seu pai D.Carlos e a seu irmão do Terreiro do Paço ?

Ao longo da história dos regicídios que tinham acontecido pelo menos ao nível europeu, várias tinham sido as motivações, desde anarquistas isolados, porque não suportavam a ideia do Estado, simples lunáticos, ou idealistas radicais.

No caso português em 1908, as primeiras horas foram de hesitação, entre iniciar o processo de investigação, ou simplesmente atribuir o caso a uns tipos desequilibrados sem ligações políticas, portanto não se tornava necessário qualquer tipo de investigação.

Como a opção seguida, acabou por ser esta segunda tese, o facto é que durante anos, foram acontecendo notícias ao acaso, insinuações a granel por um lado ao sabor das circunstâncias, ou baboseiras de outros que insinuavam a sua participação.


Sobre a autoria moral, não restaram dúvidas, o "homem da barba preta", Manuel dos Reis da Silva Buiça e o "homem do estribo" Alfredo Luís da Costa, assim referenciado na altura, quando se havia "determinado" que o primeiro havia sido o que matou o príncipe Luís Filipe e o segundo o Rei D.Carlos.

Mais tarde, exames periciais, apuraram que Manuel Buiça tinha afinal matado os dois.

Manuel Buiça era um transmontano de Vinhais, com 32 anos, era filho de um padre e tinha sido segundo-sargento de cavalaria e instrutor de tiro em Bragança. Sendo na altura professor de instrução primária no Colégio Nacional em Lisboa.

Alfredo Costa tinha 23 anos, alentejano, nascido em Castro Verde, sobrinho dum comerciante de Lisboa, trabalhara com caixeiro em várias lojas da capital.
Tinham em comum, serem os dois repubicanos convictos, como atestou Aquilino Ribeiro, amigo de ambos.

Supõe-se que ambos eram maçons com actividade irregular, fora do Grande Oriente Lusitano.

Idealistas, acreditavam participar num movimento de transformação do Mundo, causa pela qual valería a pena morrer.


Não pode contudo, aceitar-se como verdadeiro, que tenham agido isoladamente. Aquilino Ribeiro viria a assegurar mais tarde que cada um deles chefiava um bando de cerca de 20 homens que se prontificavam a tomar parte em acções especiais.


Muita gente foi detida para averiguações, logo no dia do regicídio, mas todos tiveram que ser soltos por falta de provas.

Os dois regicidas foram de imediato abatidos