Independentemente das razões de ordem política associada à sua deposição, a verdade é que sob o ponto de vista social a presença de D.Manuel em Inglaterra revestiu-se de enorme êxito, devido ao seu porte. à sua elegância e grande cultura.
O seu amigo, o marquês de Soveral durante muito anos embaixador em Londres, lhe terá facilitado a vida em termos de contactos sociais , devido aos seus multiplos conhecimentos pessoais.
Também é verdade que devido à fixação do rei na zona de Richmond, muitas famílias monárquicas também escolheram a zona como local de exílio, vindo a formar junto do ex-rei, uma pequena corte. o que também ajudava à sua integração possível, embora nunca D.Manuel tenha deixado de manifestar a sua mágoa pela forma como acontecera a sua deposição.
A coroas europeias nunca deixaram de manifestar a sua solidariedade, com diversas mensagens de apoio na hora difícil.
A família real inglesa não esqueceu o facto de, para além da solidariedade que era devida a um dos seus, também o parentesco próximo com D.Manuel, justificar o facto de normalmente o convidarem para as mais variadas cerimónias.
Para além do carácter pessoal deste tipo de convites, também não se lhe pode retirar a carga política desse tratamento que contrastava com o alheamento a que fora votado o representante da República Portuguesa em Londres, Teixeira Gomes.
Entretanto abre-se alguma polémica com os monárquicos, que ficaram em Portugal. Muitos deles rapidamente fizeram a sua conversão ao republicanismo, tornando-se nos propalados "adesivos" e que tanto surpreenderam D. Manuel, pois muitos deles eram tidos como fiéis à causa monárquica.
Também da parte de alguns monárquicos, passou a criticar-se a atitude de D.Manuel em rumar para Gibraltar em vez de ter optado por seguir para o Porto, onde dizem agora, o teriam seguido na resistência.
Chamavam-lhe cobarde por essa atitude, muito embora tivessem vindo a publico declarações de intervinientes directos que na Ericeira testemunharam a vontade do Rei em seguir para o Porto.
Acusavam-no de pactuar com o novo regime, pelo silêncio, mas isso foi uma imposição da diplomacia britânica, que não queria problemas diplomáticos com Portugal, o mesmo acontecendo com o seu tio o Duque de Orleans que quando queria tomar posição política sobre factos da vida francesa atravessava o canal e reunia-se com os seus partidários na Bélgica, nunca o fazendo em solo britânico
Sem comentários:
Enviar um comentário