- A tentativa de compra do vapor Gemma
Ainda durante o mês de Junho a chamada comissão de Paris, conseguiu concluir um contrato para venda de armas, que rumaria à Galiza no vapor "Gemma", que transportaria 300 toneladas de armas da Alemanha para os realistas portugueses sediados na Galiza.
No dia 12 o vapor chegava a Vila Garcia, transportando 4 canhões Krupp, 1000 granadas de mão, 200 caixas de espingardas e 4000 balas. Como não havia ninguém para receber as armas o Gemma desembarcou algumas caixas largando para o mar.
Mas essa carga desembarcada acabou por ser interceptado e a carga apreendida, após denúncia de republicanos locais. Enquanto isso a empresa proprietária do navio começou a pedir uma indemnização por cada dia de demora na entrega das armas, ameaçando retirar com o resto da carga.
Couceiro reclama a compra do navio, garantindo que com ele o bom êxito da incursão monárquica a Portugal, apoiada pelos seiscentos ou setecentos homens que dizia ter na Galiza
Tal nunca viria a acontecer, acabando o navio por ser aprisionado pois continuava ao largo da Galiza à espera de melhores dias.
Entretanto D.Manuel continuava a ser pressionado para ajudar monetariamente o movimento monárquico, vindo a contribuir em Agosto com 10 000 libras a pedido de Mário Pinheiro Chagas, mas impondo condições em primeiro lugar que era inútil pensarem que ele daria mais dinheiro. Depois queria que fosse dado conhecimento a Couceiro a a Álvaro Chagas e ainda que pretendia que as responsabilidades sobre o eventual empréstimo, fosse igualmente repartido pelos subscritores da rebelião monárquica.
- Tentativa de insurreição monárquica no Porto
Tem lugar no Porto uma tentativa de insurreição monárquica, a 29 de Setembro de 1911, rapidamente subjugada, precedendo a primeira incursão monárquica de Outubro de 1911.
Esta insurreição ficou conhecida como do «Palácio de Cristal». Naquele edifício e seus jardins foi instalado o centro da resistência monárquica, tendo sido assaltados os Quartéis da Serra do Pilar e da Torre da Marca e ocupadas as pontes sobre o Douro.
Esta sublevação, que se estendeu, a Penafiel, Paredes, Santo Tirso e Felgueiras, acabaria por ser sufocada pelos carbonários e por tropas da guarnição da cidade.
Os cruzadores "S. Gabriel" e "Adamastor", que estavam ao largo, entraram na barra do Douro.
No dia 30 de Setembro, com a revolta já subjugada, são efectuadas cerca de 130 prisões, por alegada participação nesta conspiração monárquica: umas dezenas de sargentos, guardas de esquadras, guardas fiscais, paisanos e o reverendo António Maria da Silva Coelho, coadjutor de Paranhos, que são transportados para o Forte do Alto do Duque.
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