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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Acontecimentos no ano de 1909 (2ªParte)

  • Março,20-Inauguração do troço de caminhos de ferro entre Livração e Amarante

Em Março de 1905, os Caminhos de Ferro do Estado e a Companhia do Minho e Douro deram início á construção da linha na estação de Livração,

A controvérsia em relação ao traçado e o elevado número de empresas interessadas na sua construção atrasou o arranque das obras, pelo que as mesmas só se iniciaram em 1908.


A Linha do Tâmega foi inaugurada no seu troço inicial entre a estação de Livração e a estação de Amarante a 20 de Março de 1909.A composição do comboio inaugural era constituída por carruagens de 1ª e 3ª classes, um salão, um furgão e dois vagões de carga, rebocados por uma locomotiva a vapor Compound 410, tendo chegado à estação Amarante às 11 horas e 45 minutos.


  • Motins na região do vale do Douro
Registaram-se vários motins na nqaquela região vinícola, que se inseriram no contexto da crise no sector que se vinha acentuando desde o nício do século.
Crise que remontava ao século anterior, devido ao ataque do oídeo e da filoxera, fizera baixar os níveis de produção que ainda se ressentia neste início de século.

Como se pode observar, nestes telegrama noticiosos da época

Correio do Povo, 14 de janeiro de 1909.
Lisboa, 13 – Em Traz-os-Montes, reina grande agitação popular,
devido ao augmento de impostos decretado na ultima lei sobre
vinhos.

Correio do Povo, 26 de janeiro de 1909.
Lisboa, 24 – O commercio está sentindo as graves consequencias
dos boatos alarmistas, espalhados no extrangeiro, sobre a situação
de Portugal. Os jornaes desta capital dizem que os referidos boatos
obedecem a um plano de especulação financeira. O deputado
Rebello telegraphou a el-rei d. Manoel pedindo-lhe para acudir
aos operarios que se acham famintos, devido á crise vinicola
do Douro.

  • A queda do governo de Campos Henriques e a sucessão
Ainda o governo de Campos Henriques não se apresentara às câmaras e já o lider do partido Regenerador Teixeira de Sousa um médico termalista transmontano lhe declarara guerra, o que deixava adivinhar luta intensa depois da abertura do parlamento.

As previsões bateram certas como já atrás referi, quando relatei o episódio do duelo entre Espregueira e Caeiro da Mata que apenas reflectiam a habitual recusa da oposição, em aceitar as propostas do Ministro da Fazenda.

O tumulto era generalizado, com acusações de cisão partidária e de pedidos de inquèrito ao actos do ministério da Fazenda.

Campos Henriques constando a impossibilidade de governar solicita ao rei em 26 de Março a dissolução das Cortes ou a demissão do governo.

Consultados os partidos e analisando as soluções propostas D.Manuel optou por aceitar a demissão do governo, iniciando consultas para a nomeação dum novo presidente do conselho.

Tarefa absolutamente ingrata, para um rei já sem apoios, mas a tentar manter o rigoroso respeito constitucional, do qual havia jurado nunca se afastar.

A maioria parlamentar estava na mão de Luciano de Castro o velho lider Progressista em conjugação com os dissidents do Partido Regenerador e nessas circunstãncias foi possível a 10 de Abril, constituir um gabinete sob a presidência do progresista Sebastião Teles, com dois ministros regeneradores da facção Campos Henriques.

O novo governo não teria longa vida, preconizava-se a sua queda em breve, para alguns 15 dias, enganaram-se viria a durar 27 dias

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