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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A Marcha da revolução republicana(1ªParte)



  • O assassinato de Miguel Bombarda

Um possível ataque à Monarquia era esperado a todo o momento pelo governo que na noite de 3 de Outubro dera ordens para que toda as tropas da guarnição de Lisboa, ficassem de prevenção. Acontecem entretanto duas coisas que precipitarão os acontecimentos nos dias seguintes, um deles é o assassinado de Miguel Bombarda, que estava incumbido da distribuição de armas aos grupos civis, na sua qualidade de membro do comité revolucionário e considerado o seu chefe civil.
Foi assassinado no dia 3 de Outubro no seu gabinete por um dos seus doentes, um tenente do exército Aparício Rebello, que sofria de esquizofrenia.

Para a história ficaram as últimas palavras de Miguel Bombarda, que mostram, mesmo
próximo da morte, não só informação como compaixão “Não lhe façam mal. Ele é um doente!”.

  • A oposição de Cândido dos Reis ao adiamento da Revolução
A outra notícia importante foi a informação dada a Cândido dos Reis, de que os navios que estavam no Tejo iriam sair no dia 4. Face a esta notícia os dirigente republicanos reuniram de emergência, para analisar esta situação bem como a notícia da prevenção da guarnição de Lisboa e que levou alguns revoltosos a propor o adiamento da revolução, ao que Cândido dos Reis se opôs veementemente dizendo " A revolução não será adiada, sigam-me se quiserem. Havendo um só que cumpra o seu dever esse único serei eu."

  • As primeiras vitórias
Machado dos Santos alheio à reunião que decorria, mantinha-se emboscado no Centro Republicano Santa Isabel, aguardando a hora marcada para assumir o comando de Infantaria 16 e avançar sobre Artilharia 1.
Aquele quartel sublevara-se então, mesmo antes da chegada dos revoltosos carbonários comandados por Machado Santos e arregimentadas mais 100 praças, avançaram em direcção a Artilharia 1, que foi tomado após a rendição dos seus oficiais, antes da chegada da coluna comandada por Machado Santos.
Dali, após a formação de 2 colunas, dirigem-se para Infantaria 2 e Caçadores 2, que também deveria já a essa hora tomadas por forças fieis ao movimento republicano.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Acontecimentos no ano de 1910(4ª parte)


  • Comemorações da batalha do Buçaco

D. Manuel II presta homenagem à vitória portuguesa na Batalha do Buçaco de 1810, em Setembro de 1910.


Foi assim que no Buçaco o rei teve uma das suas últimas aparições públicas e muito embora a evolução política republicana fosse evidente, o certo é que el-rei foi muito aclamado pelo povo e uma apoteótica recepção pelas forças militares, muito embora também fossem as forças armadas um campo importante de recrutamento para os ideais republicanos.

O recrutamento da maior parte dos oficiais para o campo republicano ficou a dever-se ao vice-almirante Cândido dos Reis a acção conjunta no Comité Militar Republicano com Machado Santos da Carbonária que tornaram possível a infiltração de militares em diversos regimentos militares.

Pairava já no ar o espectro duma revolução, tanto assim que pelo facto de D.Manuel se encontrasse já no Buçaco desde o dia 13 de Setembro, o presidente do Conselho, Teixeira de Sousa, devido aos boatos que circulavam, mandara para aquele local forte contingente militar para assegurar a segurança da comitiva real.


  • Surto grevista dos tanoeiros e corticeiros

Cresce o movimento grevista, que gira designadamente em torno dos operários corticeiros da margem Sul do Tejo e dos trabalhadores da cortiça do Alentejo e do Algarve, exigindo que o governo adoptasse medidas de proibição de exportação da cortiça em bruto, de modo a defender o "trabalho nacional". O governo, depois de algumas actuações contraditorias, cede e adopta medidas proteccionistas. Também os operários tanoeiros marcham sobre o Terreiro do Paço, exigindo protecção alfandegaria. E o governo cede de novo. As paralisações de trabalho alastram por toda a periferia de Lisboa, abarcando novas categorias profissionais, mostrando o amadurecimento das condições sociais para a mudança de regime.

Créditos: Fundação Mário Soares

  • Visita do presidente do Brasil Hermes da Fonseca

No dia 1 de Outubro de 1910, atracou no Tejo, em frente ao Palácio das Necessidades, o navio São Paulo, que trazia a bordo o Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, Marechal Hermes da Fonseca. Dia 3 de Outubro, este foi convidado pelo rei D. Manuel para um jantar em sua honra.

Hermes da Fonseca havia assumido a presidência da Republica do Brasil apenas do dia 15 de Novembro