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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A partida para o exilio


D.Manuel II acaba por deixar o Paço, cedendo à pressão do governo que lhe pede para libertar as tropas que o defendiam e que são necessárias no Rossio e na Rotunda para combater os revoltosos, cedendo também aos apelos da mãe que não estava disposta a perder o filho que lhe resta.

Pensa-se que terão sido esses apelos de D. Amélia que o dissuadiram de vestir o uniforme militar e a colocar-se à frente das tropas.

D. Manuel chega a Mafra sem problemas, mas aí descobre que não tem quem o proteja. Ao final da tarde chegam também a Mafra a rainha D. Amélia e a Rainha D. Maria Pia.

Em Lisboa, no dia 5 de Outubro, um cessar-fogo inesperado provocado pelo encarregado de negócios alemão, precipita os acontecimentos e, na prática, denuncia as fragilidades militares das forças fiéis ao regime.

Em Mafra, o monarca desperta para um país onde se espalham telegramas que anunciam um novo regime e uma nova bandeira.

A cada minuto que passava tornava-se mais embaraçosa a presença da família real em Mafra. A chegada de D.José de Melo, irmão do conde da Sabugosa vindo da Ericeira, trazendo a notícia, que o iate real se encontrava ali fundeado, vindo de Cascais e trazendo o tio do rei D.Afonso.

Sem alternativa, o rei parte então de Mafra para a Ericeira, esboçando o plano de partir para o Porto,do que viria a ser dissuadido

Na praia da Ericeira embarcam então em duas barcas de pescadores, sendo que uma delas se chamava BOM FIM, exactamente aquela onde seguia o rei e que contradizia o momento porque passava

A bordo, o Rei retirou-se para o camarote e numa folha com timbre do iate real escreveu ao presidente do Conselho do seu Governo: «(...) Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer! Viva Portugal! 5 de Outubro de 1910».

A Carta demorou meses e meses para ser conhecida, e foi uma cópia.

Inicialmente o Rei ainda pensou seguir para o Porto e aí reunir-se com os apoiantes do regime, mas perante a incerteza e aconselhado a salvar a família real, dirigiu-se para Gibraltar.

A rainha D. Amélia soluçava e dizia, profética: «Do exílio não se volta

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