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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As eleições de 24 de Agosto


A nomeação do governo de Teixeira de Sousa foi mal recebida por grande parte dos monárquicos que o consideravam demasiado liberal, amigo de dissidentes e de republicanos e que constituíra governo apenas com membros que lhe eram afectos.
Desde logo se formou uma oposição a Teixeira de Sousa fortíssima, sendo certo que nada mais os unia que a oposição a Teixeira de Sousa.

A campanha eleitoral reflectiria isso mesmo já que toda essa oposição monárquica concorreria em lista única que afinal antagonizaria não só o partido do governo como o próprio Rei.

Durante a violenta campanha que se seguiu manifestou-se essa tendência chovendo calúnias sobre o presidente do conselho e sobre a família real, quer da parte do bloco oposicionista monárquico quer dos republicanos

O clima geral também era de desordem generalizada, alimentada por boatos dos mais variadas matizes e intenções.

Mesmo entre os republicanos não há unanimidade, sobretudo entre as facções de Afonso Costa e e Brito Camacho, que como habitual nessa época se consolidavam em torno dos jornais O Mundo e a A Lucta, respectivamente.

As eleições a 24 de Agosto acabaram por revelar o que se previa, a vitória republicana na maioria dos dois círculos de Lisboa e de Setúbal e minoritário em Beja, acabariam por eleger 14 deputados, enquanto o bloco governamental obteve 89 deputados e a oposição monárquica 41.

Esta seria a nova composição da Câmara dos Deputados, mas feitas as contas embora esses números garantissem a maioria naquela câmara, não a conseguiria na Câmara dos Pares, que levaria Teixeira de Sousa a pedir ao rei uma nova fornada de pares, o que viria a acontecer a 17 de Setembro quando foram aprovados pelo Conselho de Estado a nomeação de novos pares do Reino

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