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domingo, 1 de fevereiro de 2009

O primeiro governo de D.Manuel II

Logo no dia seguinte ao regicídio, por sugestão de João Franco, reuniu-se o Conselho de Estado no Palácio das Necessidades.

Como seria de esperar o jovem rei, estava extremamente abatido e na alocução que dirigiu aos conselheiro, chamou a atenção para o grave momento de violência que tinha acontecido e para a necessidade dum entendimento entre as duas principais forças políticas regeneradores e progressistas.


Luciano de Castro o mais antigo conselheiro e líder do Partido Progressista, propôs a formação dum governo, constituído em paridade partidária entre ambos, mas presidido por um independente, não deixando de salientar que o facto do governo o ter feito em ditadura, terá precipitado os acontecimentos.


Júlio de Vilhena o lider Regenerador anuiu à vontade do Rei, e os restantes conselheiros também estiveram de acordo com essa solução.

A João Franco, claramente sem apoio, nem voto na matéria, não lhe restou mais do que apresentar a sua demissão a D.Manuel II.


Para chefiar o novo executivo foi escolhido o nome de Joaquim Ferreira do Amaral,
que logo em 4 de Fevereiro, o apresentou ao rei.

Para além de si próprio, que também assegurava a pasta do Reino além da Presidência, Ferreira do Amaral apresentou a seguinte elenco, nas condições de paridade exigidas, equilíbrio entre Regeneradores e Progressistas, acrescentando a nuance de incluir dois independentes, que lhe estariam próximos
  • Campos Henriques (Regenerador) na Justiça
  • Manuel Afonso Espregueira (Progressista) na Fazenda
  • General Sebastião Teles (Progressista) na Guerra
  • João de Sousa Calvet de Magalhães (Independente) nas Obras Públicas
  • Almirante Augusto de Castilho (Independente) na marinha e ultramar
  • Wenceslau de Lima (Regenerador) nos Estrangeiros
Com entrada em vigor deste governo, afastava-se a ditadura franquista, retomando-se o cariz monárquico-liberal apoiada pelos partidos da Rotatividade.

Pareceria indicar, que o caminho seria o do apaziguamento da sociedade, mas os mais críticos viram desde logo indício do retomar de antigos vícios.

Governo dito da acalmação logo
  • em 5 de Fevereiro revoga alguns dos diplomas franquistas, como a lei de imprensa e o decerto de 31 de Janeiro.
  • No dia 6 reaparecem os jornais suspensos: Diário Popular, Liberal, O Dia, O País, Correio da Noite e são libertados António José de Almeida, Afonso Costa, Egas Moniz, João Chagas e França Borges que estavam presos desde os acontecimentos relacionados com a revolta de 28 de Janeiro.

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