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domingo, 20 de junho de 2010

A viagem a França e os amores com Gaby Deslys



De Inglaterra D.Manuel II seguiu para Paris, numa visita não oficial em que se demoraria 5 dias. Muito embora o carácter particular da visita, não deixou de ser recebido pelo presidente Fallières e pelo presidente do conselho Briand.

Mesmo em França os receios contra eventuais atentados, não cessavam e durante uma recepção à colónia portuguesa o ministro de Portugal em Paris o conde de Santa Rosa, foi informado pela polícia francesa que havia movimentações para um atentado contra a vida do rei, o que pôs fim ao encontro, tendo sido D-Manuel levado para o Hotel Bristol onde estava hospedado.

O interessante nesta viagem foi o facto de el-rei ter conhecido uma actriz e bailarina de nome Gaby Deslys, com quem viria a ter um romance, muito noticiado nas páginas dos jornais e claro muito difundido pelos republicanos.

A verdade é que se constava que D-Manuel lhe oferecia presentes caros, entre eles um colar de pérolas avaliado em 70 mil dólares, entre outros presentes caros.

O encontro dera-se no final dum espectáculo, quando o rei se deslocou ao camarim da actriz e desde essa altura nunca deixou de visitar, como por exemplo no ano seguinte em Maio de 1910 quando no regresso do funeral de Eduardo VII, D. D.Manuel, deu um saltinho a Paris para rever Gaby.

Também constava que ela o visitara algumas vezes e que entre as prendas de luxo constava um automóvel

Eis um pequeno filme contendo a voz de Gaby em duas canções da época. Ela viria a morrer jovem com 38 anos, em 1920, deixando considerável fortuna em testamento aos pobres de Marselha e uma casa entregue a uma instituição de caridade


segunda-feira, 7 de junho de 2010

As viagens a Espanha e Inglaterra



A 7 de Novembro, D.Manuel II, parte em viagem porque decidiu aceitar convites que lhe havia sido endereçado e que para o rei tinham objectivos bastante precisos, nos campos diplomáticos e políticos.

A comitiva real era composta por Carlos Roma du Bocage, Ministro dos Negócios Estrangeiros, por parte do governo e o conde de Sabugosa o mordomo-mor, o ajudante-de-campo, D.Fernando Serpa Pimentel, o secretário, o marquês do Lavradio e o médico Dr. Mello Breyner, conde de Mafra, entre outro staff.

Entretanto em Portugal o seu tio o infante D.Afonso ficou como regente.

Em Madrid foi recebido por Afonso XIII e viria a permanecer por ali durante 4 dias onde para além da parte lúdico-folclórica, D.Manuel não esqueceu os seus objectivos, no sentido de estreitar as relações comerciais entre os dois países, em especial a cortiça

Também a questão do casamento de D.Manuel foi abordada, manifestando Afonso XIII vontade que o casamento do nosso rei aconteça com uma princesa inglesa.

De Espanha a comitiva real partiu para Inglaterra, onde depois do desembarque em Portsmouth e da recepção pulo Príncipe de Gales, partiram para Windsor, onde a comitiva portuguesa foi recebida pelo rei Eduardo VII, pelo governo e pela alta nobreza britânica.

Por entre as festas e recepções e da atribuição da Ordem da Jarreteira ao nosso rei, de novo a questão do casamento veio à tona perfilando-se 3 possíveis noivas, Victória Patrícia filha do influente duque de Connaught, Maud filha do duque de Fife e uma filha do duque de Edimburgo.

Contudo o problema religioso, afastou essa possibilidade, nomeadamente com Maud, com cuja família as negociações estiveram adiantadas.

Os receios era que as suas filhas por força do casamento com um rei católico se vissem constrangidas a abandonar os seus princípios religiosos anglicanos

O Partido Republicano Português a quem desagradavam a mercês que o rei era alvo e também a eventualidade do casamento com uma princesa inglesa, moviam por intermédios das lojas maçónicas no sentido de dificultar essas iniciativas, insistindo na divulgação da ideia das dificuldades da coroa e de Portugal, que conduziriam á sua queda em breve anunciada.